Tratamento para Fobia Social (comprovado pela ciência)

O tratamento para Fobia Social que realmente funciona Fontes científicas das áreas de psicologia, psiquiatria e neurociências.
Medically Reviewed by
Dr Hamilton

Existem centenas de abordagens utilizadas para o tratamento da Fobia Social. Dentre estas abordagens estão psicoterapia, medicação, oração, treino de relaxamento, yoga, hipnose, distração, consumo de álcool, uso de drogas, exercícios físicos, dieta, recompensa e punição, ervas medicinais, acupuntura, livros de autoajuda, regressão a vida passada, e por aí vai. O dúvida é qual funciona?

Esta dúvida não é somente das pessoas leigas, ou seja, que não são especialistas, mas também foi uma dúvida recorrente em minha formação médica e persistiu por muito tempo mesmo em minha prática clínica com meus pacientes. Por isso, decidi pesquisar a fundo o tema e descobrir por que outros especialistas, sejam eles médicos, psiquiatras, psicólogos e terapeutas enfrentavam o mesmo drama.

O motivo pelo qual é tão complicado descobrir qual tratamento para Fobia Social realmente funciona é devido a falta de uma compreensão integral. Cada abordagem tende a focar em apenas uma parte e esquecer o todo. Neste artigo vou reunir os resultados das minhas pesquisas, que utilizaram fontes científicas das áreas de psicologia, psiquiatria e neurociências para o tratamento da Fobia Social.

A Fobia Social é o medo ou ansiedade frente a situações onde a pessoa pode ser observada ou julgada por outros1. Sendo que este medo ou ansiedade interfere significativamente com a rotina diária.

É um transtorno que afeta 12% da população mundial2.

Mas o desafio em definir um tratamento para Fobia Social que realmente funcione, faz com que apenas 1 em 10 pessoas consiga melhorar3.

Princípios para o tratamento da Fobia Social

Para compreender o tratamento completo é preciso compreender seus componentes, mas sem perder a visão do todo. É um raciocínio semelhante quando estuda-se o corpo humano. Você estuda o coração, o cérebro, o estômago e por aí vai, mas não pensa que eles funcionam de forma separada.

O tratamento da Fobia Social possui X componentes que estão intimamente ligados.

Acesso a informação

Informação de qualidade científica, isto é, baseado nas melhores evidências disponíveis, é o alicerce de todo tratamento de sucesso, e o tratamento para fobia social não é diferente. O conhecimento transforma o indivíduo em um agente ativo de mudança capaz de participar das decisões.

É claro que o nível complexo de informações é de responsabilidade dos profissionais, mas estudos científicos demonstraram que pacientes com compreensão básica da Fobia Social e do seu tratamento tiveram melhores resultados4, inclusive a psiquiatria e a psicologia tem um termo específico para este tipo de informação: Psicoeducação.

Autoconhecimento

O mestre chinês Sun Tzu no livro A Arte da Guerra dizia que aquele que conhece a si mesmo e conhece o inimigo não deve temer nenhuma batalha. É uma verdade de três mil anos que continua sendo válida para ciência de hoje.

Enquanto a informação é um componente externo, o autoconhecimento é um componente interno.

Enquanto a informação cria a possibilidade do indivíduo se tornar ativo, o autoconhecimento transforma o indivíduo no protagonista da mudança. O personagem principal, e não, um coadjuvante.

Ser o personagem principal é um verdadeiro desafio, pois exige dedicação e coragem. No tratamento da Fobia Social é importante conhecer como seu cérebro reage em situações sociais, quais os gatilhos, como são processados e o que desencadeiam em termos de reações fisiológicas.

Preparação para mudança

Os especialistas identificaram cinco estágios que as pessoas atravessam para realizar uma mudança pessoal. O modelo descrevendo estes estágios é conhecido como modelo transteórico de mudança5. Os cinco estágios são:

  1. Precontemplação. Neste estágio, a pessoa não tem consciência que tem um problema ou não tem nenhuma intenção de mudar, seja porque ainda não percebeu o impacto do problema em sua vida ou porque acredita que não há nada que possa ser feito para mudar. Exemplo: uma pessoa está obesa, mas não acha que isto é um problema, ou mesmo acha que é um problema que não pode ser solucionado.
  2. Contemplação. Neste estágio, a pessoa começa a perceber que tem um problema, mas ainda não está claro quais os benefícios, nem os custos da mudança. Por isso, apesar de existir uma intenção para mudar, não existe um objetivo definido no curto prazo. Exemplo: Um fumante que pensa em parar de fumar nos próximos meses.
  3. Preparação. Neste estágio, a pessoa está pronta para mudar em um futuro próximo, por exemplo, no mês que vem. Os benefícios da mudança são muito mais evidentes do que os custos. Exemplo: alguém que decidiu matricular-se na academia na próxima semana.
  4. Ação. Neste estágio, a pessoa realmente toma atitudes para mudar. Exemplo: alguém sentindo-se deprimido, começa a consultar um psiquiatra.
  5. Manutenção. Neste estágio, o indivíduo começou a mudança e está tomando atitudes para que os resultados sejam duradouros. Exemplo: alguém que começou um tratamento para diabetes e continua seguindo as orientações do seu nutricionista.

Ao entender estes cinco estágios, percebe-se que estar no estágio certo é um componente essencial para o tratamento da Fobia Social. A evolução nestes estágios começa com o autoconhecimento.

Mudar a percepção sobre zona de conforto

A explicação científica do que é zona de conforto relaciona-se com os níveis de ansiedade. Sua zona de conforto é qualquer tipo de comportamento que o mantém em um nível constantemente baixo de ansiedade.

Imagine algo que você faz o tempo todo, como assistir TV ou conversar com pessoas que você conhece bem. As atividades que você está acostumado não irão fazer você se sentir ansioso, por isso elas são parte de sua zona de conforto.

A ansiedade é algo que o ser humano está propenso a evitar, devido ao estresse físico e mental causado por ela. Isso é um fato reconhecido.

O surpreendente é que a zona de conforto gera um nível constantemente baixo de ansiedade, que também causa estresse.

Cientistas demonstraram que permanecer na zona de conforto gera tédio, sintomas depressivos, reduz a capacidade de aprendizado e a flexibilidade mental.

Por isto, um componente importante para o tratamento da Fobia Social é desenvolver uma nova perspectiva sobre zona de conforto.

A nova percepção sobre a zona de conforto compreende que o objetivo não é conformar-se com o tédio, nem expor-se a ansiedade extrema, mas aventurar-se em busca de novas experiências e aprendizados.

Controlar a ansiedade

A ansiedade faz parte da vida de todo ser humano. De fato, a ansiedade faz parte da vida de qualquer animal com o mínimo de sistema nervoso.

A ansiedade é uma reação natural a fatores considerados ameaças. Esta reação é conhecida pelos cientistas como reação de luta ou fuga, e prepara o corpo para lidar com o estresse, seja atacando ou fugindo.

A reação de luta ou fuga é composta principalmente por sensações físicas, por exemplo, aumento da freqüência cardíaca para correr e lutar; aumento do fluxo sanguíneo para os músculos grandes, causando mãos frias, formigamentos ou dormências; dilatação das vias aéreas para aumentar a oxigenação, causando fôlego curto; interrupção da digestão para não atrapalhar a corrida ou a luta, causando cessação momentânea do apetite e até enjôo; aumento do suor para resfriar o organismo.

Somado a estas reações físicas, os seres humanos como animais racionais, também possuem um componente cognitivo, na forma de pensamentos sobre o fator estressante. Na ansiedade os pensamentos são relacionados ao futuro, ou seja, sobre as expectativas em relação aos desdobramentos e consequências do fator estressante.

O controle da ansiedade é um componente essencial para o tratamento da Fobia Social. Os medicamentos que regulam o nível de ansiedade fazem parte deste componente, mas não são a única estratégia.

Desenvolver um relação diferente com as reações físicas é uma estratégia muito eficaz.

Experimentar as reações físicas como uma parte natural do corpo é uma relação diferente. As sensações deixam de ser ameaças e podem até mesmo tornarem-se aliadas. Um exemplo é o caso do atleta, que ao serem questionado se estaria ansioso antes da competição, pois estava com as mãos frias, o coração acelerado e a boca seca, respondia: “Não estou ansioso. Estou excitado.”

Ao evoluir para uma relação com a ansiedade, gradualmente seus pensamentos também mudarão.

Testar na vida real

Uma abordagem comumente recomendada aos indivíduos tímidos é assumir algum grande desafio social, como ir a um encontro de solteiros ou puxar conversa com alguém desconhecido. O problema dessa abordagem é que, se você não se sair bem, só reforçará a narrativa em sua cabeça de que você é tímido e desajeitado, que você não pode mudar, que a socializar é ameaçador, e que a única maneira de se livrar desses sentimentos ameaçadores é conformar-se e isolar-se completamente.

Testar e praticar na vida real é essencial, mas existe uma forma que traz mais resultados. Ela é conhecida nas neurociências como terapia de exposição gradual.

Em vez de definir grandes metas, comece definindo pequenos desafios que parecem menos ameaçadores. Crie uma série de atividades que deseja aprimorar, começando da mais fácil para a mais desafiadora. Encare suas interações sociais cotidianas como missões a serem conquistadas.

Veja o que acontece quando você interage socialmente com as pessoas em vez de simplesmente evitá-las. Perceba o impacto positivo em você, mas também naqueles a sua volta. Você vai ter uma surpresa ao saber que a socialização não é tão assustadora afinal.

Reestruturação cognitiva

A palavra “cognitiva” refere-se tudo relacionado a pensamentos, crenças, predições, interpretações, imaginação, memória e etc.

Se uma pessoa interpreta uma situação de forma negativa ou como uma ameaça a reação natural é sentir ansiedade. Na Fobia Social, a percepção do mundo é altamente influenciada por pensamentos negativos que prejudicam a interação social. Por exemplo, se uma pessoa acha que outros estão julgando sua forma de falar, é esperado que ela sinta-se ansiosa ao falar em público.

A reestruturação cognitiva ensina a ser mais consciente em relação aos próprios pensamentos, modificando-os e construindo pensamentos melhores.

Esta técnica foi originalmente concebida pelos cientistas do comportamento Beck, Emery e Greenber6.

Basicamente as estratégias de reestruturação cognitiva objetivam desenvolver as seguintes modificações: observação e controle dos pensamentos negativos; exame das evidências favoráveis e contrárias aos pensamentos negativos; e correção das interpretações tendenciosas por interpretações baseadas na realidade.

Como um componente importante no tratamento da Fobia Social, a reestruturação cognitiva utiliza a exposição progressiva como um teste real para promover as modificações nos pensamentos.

Como fazer um tratamento para Fobia Social que realmente funcione?

O objetivo deste artigo foi responder esta pergunta e a conclusão é que um tratamento para Fobia Social que traga resultados precisa ser integral, ou seja, completo ao incluir todos os componentes.

Mas a maioria das opções disponíveis contempla apenas algumas partes. Deixando um abismo onde apenas 10% da pessoas conseguem realmente melhorar.

Para criar uma ponte entre as pessoas que querem superar a Fobia Social e um tratamento completo foi desenvolvido o Youper, a primeira plataforma digital para vencer a timidez e a Fobia Social, utilizando neurociência, tecnologia e design.

Para se aprofundar mais sobre o como o Youper funciona clique aqui.

References

1. Murray, B.S., Dan, J.S. 2008. Social anxiety disorder. Lancet.

2. Kessler R.C., Chiu W.T., Demler O., Walters E.E. 2005. Prevalence, severity, and comorbidity of 12-month DSM-IV disorders in the National Comorbidity Survey Replication. Arch Gen Psychiatry.

3. Wang, P.S., Lane, M., Olfson, M., Pincus, H.A., Wells, K.B., Kessler, R.C. 2005. Twelve month use of mental health services in the United States. Archives of General Psychiatry.

4. Donker T1, Griffiths KM, Cuijpers P, Christensen H. 2009. Psychoeducation for depression, anxiety and psychological distress: a meta-analysis. BMC Med.

5. Antony, MM, Swinson, RP. 2008. The Shyness and Social Anxiety Workbook. New Harbinger.

6. Otto, M. W. 1999. Cognitive-behavioral therapy for social anxiety disorder: Model, methods and outcome. Journal of Clinical Psychiatry.

Over 60,000 5-star reviews

Star icon
Star icon
Star icon
Star icon
Star icon
© 2023 Youper Inc. All rights reserved